Quando falamos em Europa dificilmente imaginamos o continente europeu
sem os países como França, Inglaterra, Portugal ou Espanha, não é
mesmo? Esses países começaram a se consolidar a partir da Baixa Idade
Média, paralelamente ao desenvolvimento do comércio e das cidades.
(...)
Durante quase toda a Idade Média não existiam paises como os que
conhecemos hoje. Assim, morar em Londres ou em paris não significava
morar na Inglaterra ou na França. As pessoas sentiam-se ligadas apenas
a uma cidade, a um feudo ou a um reino.
O
processo de formação de monarquias com poder centralizado na Europa
iniciou-se no século XI e consolidou-se entre os séculos XIV e XVI. Ao
final de alguns séculos, esse processo daria origem a muitos dos paises
atuais da Europa, como França, Portugal e Espanha. Entretanto, ele não
ocorreu ao mesmo tempo e da mesma maneira em todos os lugares do
continente. Em regiões como a península Itálica e o norte da Europa nem
chegaria a se consolidar.
Quase sempre
estiveram envolvidos nesse processo de centralização do poder os mesmos
grupos sociais: os reis, a burguesia e os nobres feudais. Cada um
desses grupos era movido por interesses próprios. Muitas vezes, esses
interesses eram convergentes; outras vezes, radicalmente opostos.
(...)
Assim, a monarquia foi forma de governo sob a qual se organizou a
Europa entre o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Destacaremos a seguir, o processo de formação das monarquias portuguesa e espanhola desse período.
A Monarquia Portuguesa
Portugal
foi um dos primeiros países da Europa a consolidar um governo forte,
centralizado na pessoa do rei. A formação da Monarquia Portuguesa
iniciou-se nas lutas pela expulsão dos árabes que, desde o século VIII,
ocupavam a península Ibérica. Essas lutas ficaram conhecidas como
guerras de Reconquista.
Durante o domínio árabe, os povos cristãos ficaram restritos ao norte
da península. A partir do século XI, pouco a pouco eles conseguiram
ampliar seu território. Foram fundados, então, vários reinos, entre os
quais Aragão, Navarra, leão, Castela. Com isso os muçulmanos começaram
a recuar em direção ao litoral sul.
Durante as guerras de Reconquista, destacou-se o nobre Henrique de
Borgonha. Como recompensa, ele recebeu do rei de Leão e Castela, Afonso
VI, a mão de sua filha e as terras do condado portucalense.
O
filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, proclamou-se então rei
de Portugal em 1139, rompendo os laços com Leão e Castela. Tinha
início, assim, a dinastia de Borgonha. Afonso Henriques, o
Conquistador, estendeu seus domínios para o sul, até o rio Tejo, e fez
de Lisboa sua capital.
Em 1383, com a
morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, o Formoso, a
Coroa portuguesa ficou ameaçada de ser anexada pelos soberanos de Leão
e Castela, parentes do rei morto. Os portugueses não desejavam que seu
país fosse governado por um rei estrangeiro. A burguesia, por sua vez,
temia ver seus interesses comerciais prejudicados pelos nobres
castelhanos.
Para evitar a perda da
independência, os portugueses aclamaram D.João, meio- irmão do rei
morto, como novo rei. João, mestre da cidade de Avis, venceu os
espanhóis e assumiu o trono. O apoio financeiro da burguesia foi
decisivo nessa vitória. Assim, durante toda a dinastia Avis, os reis
favoreceram e apoiaram as atividades burguesas.
A Monarquia Espanhola
A
formação da monarquia espanhola também está ligada às guerras de
Reconquista da península Ibérica. Vimos que durante esse processo
diversos reinos foram constituídos. Em 1469, o casamento de Fernando
(herdeiro do trono de Aragão) com Isabel (irmã do rei de Leão e
Castela) uniu três reinos. Era o primeiro passo para a formação da
Espanha.
Em 1492, os exércitos de Fernando e
Isabel apoderaram-se de Granada e expulsaram definitivamente os árabes
da península Ibérica, consolidando a monarquia espanhola.
No século XVI, com Carlos I, a Monarquia Espanhola fortaleceu-se ainda mais.
As rebeliões camponesas
Além
das guerras internas e externas e dos interesses da burguesia, outro
movimento contribuiu para o fortalecimento do poder dos reis: as
revoltas camponesas.
Essas revoltas eram
conseqüência da fome, da miséria e da exploração dos camponeses.
Assustados com as rebeliões, os senhores feudais aceitavam a autoridade
do rei, que, fortalecido, podia organizar exércitos para reprimir os
numerosos movimentos de contestação.
Na França, as principais rebeliões ganharam o nome de jacqueries. Isso
em virtude da expressão “Jacques Bonhomme”, designação desdenhosa
usada pelos nobres para referir-se a qualquer camponês (algo como Zé
Ninguém). Na Inglaterra, os rebeldes foram liderados por um camponês
artesão chamado Wat Tyler e por um padre de nome John Ball.
Os
camponeses na França e Inglaterra lutavam por melhores condições de
vida. Não suportando mais as pesadas taxas exigidas pelos nobres, eles
invadiam os castelos e saqueavam os depósitos de alimento.
As
revoltas não duraram muito tempo, pois foram reprimidas com violência
pelos exércitos ligados ao rei. Mesmo assim, contribuíram para mostrar
a capacidade de organização e de luta dos camponeses.
retirado de: www.sohistoria.com.br
ATIVIDADE.
De acordo com o texto acima, responda:
1ª - Em que século ocorreu o inicio e a consolidação do
processo de formação de monarquias na Europa?
2ª - Durante o processo de centralização do poder, quase sempre estiveram envolvidos os mesmos grupos sociais, quais foram?
3ª - Sob qual forma de governo a Europa se organizou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna?
4ª - Durante as guerras de Reconquista, qual nobre mais se destacou? E o que ele recebeu como recompensa?
5ª - Como se iniciou a formação da Monarquia Portuguesa?
6ª - O que marcou o inicio da Monarquia Espanhola?
7ª - O que ocasionou as rebeliões camponesas?